Fundador e Carisma

Carisma
 
"Mostrar ao mundo que a Divina Providência existe, que Deus não é um estrangeiro, mas que é Pai e cuida de seus filhos, contanto que nós O acolhamos e façamos a nossa parte que é buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça" (cf. Mt 6, 25-34).
 
Fundador
Acervos biográficos da vida de João Calábria
 
Os numerosos escritos de João Calábria evidenciam a sua pessoa como um homem que, no constante confronto com o Evangelho, descobriu Deus como Pai, e consequentemente aprendeu a reconhecer os outros como irmãos, vivendo essa dimensão na sua própria realidade cotidiana. 
João Calábria nasceu no dia 08 de outubro de 1873, ao interno de uma família muito pobre. Toda a sua infância e juventude foram marcadas pela pobreza e a enfermidade. Nada disso, porém, interferiu na vivência da fé, dos valores morais e profundos exemplos de vida cotidiana, que aprendeu junto à sua mãe Ângela Foschio, educada num Instituto fundado por um padre chamado Nicola Mazza, que se dedicava especialmente à atenção para com as meninas pobres. 
Seu pai se chamava Luís Calábria. Era sapateiro, e morre ainda jovem, enquanto João era ainda criança. Com sua morte, Luís deixa a esposa e sete filhos. 
Nesta família já empobrecida e marcada por tantas privações, a morte do pai foi um agravante que levou o pequeno João a fazer as suas primeiras experiências de trabalho. Além disso, neste período a família começa a depender da assistência dos Vicentinos. As repetidas mortificações fizeram com que João tivesse que interromper por várias vezes os estudos.
Em tantas situações que conhecemos pela bibliografia do Pe. João Calábria, é importante aqui destacar a sua grande sensibilidade, que o leva a reconhecer o cuidado providente de Deus em sua história de vida, e também a sua sensibilidade para diante do chamado à vocação sacerdotal. 
Devo dizer que, mesmo tão pobre, tão miserável, mesmo desde os meus primeiros anos senti em mim a vocação ao sacerdócio e em meio a tantas provas e tantas contradições e a tantas misérias, nunca, por pura graça do Senhor, tive a menor dúvida da minha vocação. 
Sobre João Calábria, não se pode negar uma vida marcada pela Providência, vivida e reconhecida nos acontecimentos pequenos e grandes da sua história pessoal. Esta certeza da presença certa, contínua e segura de Deus também nos momentos de escuridão e de prova, tornou-se um sinal carismático de evangelização para toda Igreja em todos os tempos.
João Calábria faleceu no dia 4 de dezembro de 1954, na Casa-mãe de suas obras, em São Zeno. O papa Pio XII, que na ocasião também estava doente, quando recebeu a notícia da morte de padre Calábria, cuja vida acompanhou e admirava, assim o definiu: era um "campeão de evangélica caridade".
Canonizado pelo papa João Paulo II em 1999. 
A data comemorativa oficial da memória de são João Calábria ocorre no dia 8 de outubro, em vez de 4 de dezembro, por uma especial autorização concedida, a pedido das congregações, pela Santa Sé.
 
OBRA 
A história da Obra, se confunde em grande parte com a história de São João Calábria.
Mesmo antes de ser ordenado sacerdote, sentia-se impelido interiormente por um desejo intenso de ser todo de Jesus, e amar as pessoas com um imenso amor. Tomou para si o solícito cuidado dos meninos abandonados que a Providência lhe fez encontrar  e acolher em sua casa paupérrima.
Tendo sido ordenado sacerdote no dia 11 de agosto de 1901 foi nomeado Vigário Cooperador na paróquia Santo Estêvão e confessor no Seminário. Dedicou-se com zelo especial às confissões e ao exercício da Caridade, privilegiando sobretudo os mais pobres e marginalizados.
 No dia 26 de novembro do ano1907,data essa que passou a ser oficial e historica da fundação da obra que passou a chamar-se iniciou oficialmente o Instituto " Casa Buoni Fanciulli ", que no ano seguinte, foi transferido para um lugar definitivo na Rua San Zeno in Monte, atual Casa Mãe.
Sentia como apelo de  oferecer  uma casa onde estes filhinhos de Deus, abandonados pela sociedade, pudessem encontrar alimentação, educação, instrução escolar e profissional e, sobretudo, amor.
A Obra,inícialmente, chamada de Casa Buoni Fanciulli, pelo campo apostólico específico em que trabalhava, e assim, continuou a se chamar até a fundação da Congregação religiosa de direito diocesano, ocorrida em 1932, com as primeiras constituições aprovadas pelo bispo de Verona e as primeiras profissões religiosas públicas. A partir deste momento, a Obra passou a se chamar Congregação Pobres Servos da Divina Providência, conservando o nome de Casa Bons Meninos nas suas obras educativas.