Irmãs Pobres Servas da Divina Providência

Paralelamente ao ramo masculino da Obra, Pe. João Calábria iniciou o ramo feminino, as Irmãs Pobres Servas da Divina Providência no ano de 1910, com idêntico objetivo e compromisso carismático.

A historicidade da fundação das Irmãs  coloca-se num contexto verdadeiramente desafiador para o Padre João Calábria, como ele mesmo relata num dos seus escritos:

Foi o Senhor, sem que eu pensasse, que por meio de várias circunstâncias, empurrou-me, diria quase docemente me coagiu, a recolher piedosas mulheres que se sentissem dispostas a auxiliar os irmãos nas funções mais especificas do sexo feminino, para o bem das pobres criaturas abandonadas e recolhidas nos tetos da Divina Providência.[1]

Pe. Calábria, sempre atento aos sinais através dos quais ia entendendo a vontade de Deus, percebe a necessidade de algumas mulheres que garantam a presença feminina junto aos menores acolhidos na casa, ocupando-se das tarefas domésticas, e proporcionando-lhes os cuidados e o carinho próprio da figura materna.

Tal apelo é reconhecido pela colaboração de sua mãe Ângela Foschio, que desde o episódio da primeira criança acolhida em sua casa, foi sempre apoio junto de seu filho Calábria. Quando sua mãe vem a falecer, João Calábria solicitou a ajuda das Irmãs da Misericórdia, que com alegria e prontidão responderam generosamente ao seu pedido. A Providência dispôs que, passado algum tempo, o Pe. Calábria fosse convidado a renunciar a esta ajuda, abrindo-se a outras perspectivas. A este respeito ele mesmo escreve:

A primeira célula das Irmãs Pobres Servas veio das Irmãs da Misericórdia. Na época, a Superiora Geral era a Irmã Ângela Mondim. Com a permissão de Dom Ciccarelli, duas Irmãs prestavam sistematicamente o seu serviço na nossa casa, em total silêncio, quando certo dia veio a mim o próprio Dom Ciccarelli e me disse: "Padre João, sinto muito ter que dizer-lhe que o Cardeal não quer Irmãs assim livres, trabalhando fora de seu lugar de origem". Eu agradeci e de imediato me dirigi ao Cardeal, que me confirmou a mesma ordem. Obedeci, mas logo pedi à S. Eminência: E se algumas boas mulheres se unissem para trabalhar junto aos Irmãos, o senhor estaria de acordo? "Aprovo e abençoo!". Respondeu ele.[2]

Neste escrito biográfico, verifica-se que as Irmãs Pobres Servas da Divina Providência têm sua origem a partir da benção e da aprovação do Bispo, e no ano de 1910, são duas as Irmãs que constituem o início desta fundação: Irmã Ângela de Battisti e Ir. Lavínia Perez.

O ritmo da missão cotidiana das Irmãs Pobres Servas é marcado por uma "vida de pobreza, trabalho, oração e abandono na Divina Providência"[3].

Em  25 de março de 1952, por ocasião da aprovação diocesana da Congregação, padre Calábria escreve destacando uma característica relevante, que corresponde ao que toda religiosa deve dizer de si mesma:

Sou serva de Deus [...] Que dignidade! Devo, pois, unir-me a Deus e servi-lo em seus filhos, em todos os setores nos quais a caridade de Cristo pede auxílio: com as crianças abandonadas, as pessoas doentes, presas, arrependidas, caídas, as que estão em perigo, resumindo: Nenhum setor deve ser excluído da nossa caridade. A primeira caridade consiste em ajudar com a oração, com o trabalho e com a vida a Obra dos Pobres Servos.[4]



[1]Cf. PELLOSO; PIOVAN, 2006.

[2]DAL TOSO, Paola. História da Obra Dom Calábria: a Congregação das Pobres Servas da Divina Providência. Porto Alegre: IPSDP, 2014. p. 69. 3 v.

[3]Cf. PELLOSO; PIOVAN, 2006.

[4]Cf. GADILI, 2001.

 

 

Delegação Rainha da paz - América Latina

     

A vinda das primeiras Irmãs Pobres Servas ao Brasil foi antes de mais nada, resposta ao convite do Concílio Vaticano II que impulsionou a todas as Congregações Religiosas e Institutos de Vida Consagrada  ao serviço da missionaridade na Igreja do mundo inteiro, como também resposta a uma exigência do próprio carisma Obra.

De fato, o nosso carisma fundacional e as nossas regras provêm a "Congregação das Pobres Servas intimamente unida à dos Pobres Servos; sendo as duas famílias como que ramos de uma mesma Obra: com o mesmo fundador; São João Calábria, as mesmas finalidades e regras de vida, o mesmo estilo e programa apostólico".

O superior geral da Congregação dos Pobres Servos o Pe. Adelio Tomasin, junto com Ir. Gemma Tibaldo (Superiora geral da Congregação das Pobres Servas da Divina Providencia),ao realizarem um discernimento ,viram oportuno e positivo a presença das Irmãs Pobres Servas na America Latina, para a colaborar nas atividades já iniciadas da Obra.

 No ano de 1974, a Madre Gemma Tibaldo ,acompanhada da secretaria geral da Congregação, Irmã Carmelina Turrini, desembarcaram no aeroporto internacional de Porto Alegre , no dia 23 de janeiro de 1974.

No dia 26 de maio de 1974, chegavam ao Brasil as quatro primeiras  Irmãs Pobre Servas : Ir. Carmela Perlini, ir, Gemma  Consolaro,Ir. Ana Maria Martini e Ir.Maria Sponda. Permaneceram em Farroupilha (RS) no Seminário Apostólico N.Sra. de Carravaggio, para assim aprender o idioma e e familiarizar-se com a cultura e assim no mês de novembro 1974 foram designadas  para iniciar a missão foi em Mato Grosso do sul, na cidade de Bataguassu.

Ao Chegar ao Mato Grosso do Sul as Irmãs permaneceram uns meses em Anaurilândia e depois seguiram para a casa em Bataguassu.

No dia 16 de junho 1976, com a chegada das Irmãs Italianas Annamaria Benedetti e Ir.Gemma Consolaro,  deu-se inicio a casa de formação para jovens na cidade de Farroupilha.

Uma nova abertura ocorre na data de 06 de abril de 1980, no país de Uruguai, onde são enviadas as Irmãs Maria Sponda e uma das  primeiras neo Professa brasileira Ir.Maria Izabel Zaia .

Em 1983, no mês de março, outra abertura de missão é realizada com a Ir.Maria Martini e a outra neo professa brasileira Laurinda Cândida.

No dia 02 de fevereiro do ano de 1985, são enviadas as Irmãs Maria Sponda e Helena Trevissol para a cidade de Laferrere na Argentina.

Uma outra  abertura de casa de missão das Pobres Servas ocorre no dia 02 de fevereiro de 1987, na cidade de Porto Alegre (RS), com a presença das Irmãs Josefina Soave, Ivete Gasparreto e Rubia Carminatti.

Em 21 de fevereiro 1987, as irmãs Anésia Saraiva e Maria Emília Monteiro, formam uma comunidade de missão complementar no seminário Apostólico N. Sra .de Caravaggio em Farroupilha (RS).

No nordeste brasileiro, cidade de Quixadá (CE) ocorre inaugura a presença missionaria no dia 02 de fevereiro 1989, com a abertura da casa e envio das Irmãs Annamaria Benedetti, Ignez Stieve e Justina Danieli.

Na  abertura da casa missão no Paraguai participa as Irmãs Maria Sponda, Carmem Bertuol e Luciane de Cersaro, com a fundação da casa ?Hogar Santa Maria?, na data de 30 de junho de 1991.

No norte do Brasil, na cidade de Marituba (PA), inicia-se a comunidade composta pelas Irmãs, Maria Chiara Grigolini e Luciane de Cesaro na data de 17 de abril de 1993.

Em 1997, com a data de 22 de junho, fundação da comunidade na cidade de Alejandra no país da Argentina, onde são enviadas as Irmãs Rosa Idalina Pereson e Doralice Ceresa.

 Na cidade de Reconquista ( Argentina )a fundação deu-se na data de 13/02/ 2011, com o envio das Irmãs Graciela Noemi Buyatti e Roseli Colella.

Em Nova Andradina, cidade do  Estado do Mato Grosso do Sulno dia 16 de janeiro de 2014, nasceu a comunidade Nossa Senhora do Carmo fundada pelas Irmãs   Anésia Saraiva e Giselle Mirrian.

No ano de 2017, com a data 23 de fevereiro as  Irmãs Pobres Servas da Divina Providência enviam as Irmãs Anésia Saraiva e Juliana Vidal da Silva para a fundação da cominidade Mãe da Confiança na cidade de Limoeiro - PE.

Na história de cada fundação das comunidades o espirito que impulsiona a vida da delegação é acolher em cada realidade de missão com suas características e desafios o chamado de Deus que faz a presença da Obra ser tão atual na comunicação da  presença de Deus Pai Providente.